Chega outubro e com ele mais uma edição do FETO. Seus onze dias de programação já fazem parte do calendário do teatro e de festivais no país, mas há sempre um convite que se renova. Porque todo ano o FETO é diferente, porque cada edição traz novas questões e apontamentos. Esse frescor nos impulsiona a estruturar ações formativas e reflexivas que condizem com a realidade assinalada pelos grupos selecionados.

Apresentar um panorama nacional da produção teatral em um ambiente de reflexão é uma construção – além de coletiva – permanente. Ainda que sempre surjam questões mais urgentes, a própria história do festival nos oferece alicerces para pensar o teatro, seu caráter formativo, desafios e potências. Para construir o FETO, nos propomos o exercício constante de retomar, somar, aprofundar, (re)ver, considerar apontamentos surgidos no caminho para, assim, vislumbrar um (novo) ponto de chegada. Como uma memória que projeta para o futuro.

E, especialmente neste ano, lançamos um olhar sobre a relação – nunca dicotômica – entre Cultura e Educação. Ver que esses laços se estreitam nos enche de alegria, pois, afinal, a própria história do FETO se constrói a partir desse encontro. Percebemos ainda uma edição com mais força estudantil, talvez sintoma de uma realidade brasileira em que, bem aos pouquinhos, floresce o entendimento de que cultura é também formação, cidadania. Não à toa, as manifestações que neste ano eclodiram nas ruas do país tiveram nos estudantes uma grande potência, revivendo um lugar de reivindicação de voz, reencontrando um espaço histórico.

Vemos que é hora de ocupar esses e outros espaços, buscar voz ativa no mundo, sendo o teatro um meio ou um fim. Aguardamos ansiosos por ouvir os estudantes que compõem essa edição, cada um a partir do seu lugar de fala. Esperamos que se expressem, se manifestem, se coloquem. Queremos não só ouvir, mas dialogar, discutir o porvir. Com artistas, grupos, professores, pesquisadores e público.

O futuro do teatro é agora. Seja muito bem-vindo ao FETO 2013!